Lista de espécies de plantas terrestres da Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande

Autor

Kurtz, B. C., Magalhães, A. M., André, T. J. C., Antar, G. M., Bovini, M. G., Castello, A. C. D., Coelho, M. A. N., Delfini, C., Esteves, R. L., Fortuna-Perez, A. P., Forzza, R. C., Fraga, F. R. M., Freitas, M. F., Gaglioti, A. L., Giacomin, L. L., Gomes, M., Gomes-Klein, V. L., Guimarães, E. F., Jacques, E. L., Kaehler, M., Kameyama, C., Lombardi, J. A., Matzenauer, W., Mello, Z. R., Melo, J. I. M., Mezzonato-Pires, A. C., Morim, M. P. Mynssen, C. M., Perdiz, R. O., Rollim, I. M., Sá, C. F. C., Silva, L. C. C., Silva, O. L. M., Simão-Bianchini, R., Soares Neto, R. L., Souza, M. C., Souza, V. C., van den Berg, C. & Wallnöfer, B.

Data de Publicação

18 de agosto de 2025

Resumo

A Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande, criada pelo Decreto no 91.887, de 05 de novembro de 1985, localiza-se ao largo do litoral sul do estado de São Paulo, entre os municípios de Itanhaém e Peruíbe. A ARIE, como seu nome já diz, é composta basicamente por duas pequenas ilhas: Queimada Pequena (IQP; ~18 ha de área emersa; 17 km da costa) e Queimada Grande (IQG; ~57 ha; 33,2 km da costa). São ilhas rochosas, com declividade variada, sem a presença de praias ou planícies arenosas. A IQG é constituída exclusivamente por encostas íngremes e penhascos, com solos rasos e muitos matacões e afloramentos rochosos. Sua altitude máxima é de 210 m acima do nível do mar. As fitofisionomias e flora atuais de ambas as ilhas são o resultado do tamanho reduzido, condição insular, declividade, geralmente muito acentuada, solos rasos e do histórico de ocupação, que envolveu o uso do fogo. Na IQP, houve o cultivo de mandioca (Manihot esculenta Crantz) e na IQG, a Marinha do Brasil construiu um farol em 1909, que foi operado por faroleiros que lá residiram até 1925. O farol foi posteriormente automatizado e agora requer apenas manutenção periódica. Desse modo, a vegetação das ilhas pode ser caracterizada como um mosaico de: Floresta Atlântica em estágio maduro de sucessão (só na IQG, apresentando baixíssimo número de espécies arbóreas e estrutura oligárquica e podendo ser considerada como um tipo de clímax insular), Floresta Atlântica nos estágios inicial e médio de sucessão, vegetação sobre afloramentos rochosos e vegetação antrópica com fisionomia herbáceo-arbustiva. Já a flora originou-se no complexo da Floresta Atlântica continental, seguindo o mesmo padrão de outras ilhas costeiras do Sudeste do Brasil. Registra-se também a ocorrência de espécies associadas a áreas antropizadas, fruto do histórico de ocupação das ilhas. Na IQG, ocorrem duas espécies da fauna, endemismos pontuais, que estão categorizadas com criticamente em perigo (CR) em nível nacional e global: a jararaca-ilhoa [Bothrops insularis (Amaral, 1921)] e um sapinho (Scinax peixotoi Brasileiro, Haddad, Sawaya & Martins, 2007). Na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA no 148, de 07 de junho de 2022), S. peixotoi aparece como ‘criticamente em perigo (provavelmente extinta)’.

Citação

Kurtz BC, Magalhães AM, André TJC, Antar GM, Bovini MG, Castello ACD, Coelho MAN, Delfini C, Esteves RL, Fortuna-Perez AP, Forzza RC, Fraga FRM, Freitas MF, Gaglioti AL, Giacomin LL, Gomes M, Gomes-Klein VL, Guimarães EF, Jacques EL, Kaehler M, Kameyama C, Lombardi JA, Matzenauer W, Mello ZR, Melo JIM, Mezzonato-Pires AC, Morim M. P. Mynssen CM, Perdiz RO, Rollim IM, Sá CFC, Silva LCC, Silva OLM, Simão-Bianchini R, Soares Neto RL, Souza MC, Souza VC, van den Berg C, Wallnöfer B (2025). “Lista de espécies de plantas terrestres da Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande.” In Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. https://catalogo-ucs-brasil.jbrj.gov.br/descr_areas.php?area=revisiqpeqg_fp.

Formato .bib:

@InCollection{Kurtzetal2025,
  author = {B. C. Kurtz and A. M. Magalhães and T. J. C. André and G. M. Antar and M. G. Bovini and A. C. D. Castello and M. A. N. Coelho and C. Delfini and R. L. Esteves and A. P. Fortuna-Perez and R. C. Forzza and F. R. M. Fraga and M. F. Freitas and A. L. Gaglioti and L. L. Giacomin and M. Gomes and V. L. Gomes-Klein and E. F. Guimarães and E. L. Jacques and M. Kaehler and C. Kameyama and J. A. Lombardi and W. Matzenauer and Z. R. Mello and J. I. M. Melo and A. C. Mezzonato-Pires and C. M. {Morim M. P. Mynssen} and R. O. Perdiz and I. M. Rollim and C. F. C. Sá and L. C. C. Silva and O. L. M. Silva and R. Simão-Bianchini and R. L. {Soares Neto} and M. C. Souza and V. C. Souza and C. {van den Berg} and B. Wallnöfer},
  booktitle = {Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil},
  publisher = {Jardim Botânico do Rio de Janeiro},
  title = {{Lista de espécies de plantas terrestres da Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande}},
  year = {2025},
  abstract = {A Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande, criada pelo Decreto no 91.887, de 05 de novembro de 1985, localiza-se ao largo do litoral sul do estado de São Paulo, entre os municípios de Itanhaém e Peruíbe. A ARIE, como seu nome já diz, é composta basicamente por duas pequenas ilhas: Queimada Pequena (IQP; ~18 ha de área emersa; 17 km da costa) e Queimada Grande (IQG; ~57 ha; 33,2 km da costa). São ilhas rochosas, com declividade variada, sem a presença de praias ou planícies arenosas. A IQG é constituída exclusivamente por encostas íngremes e penhascos, com solos rasos e muitos matacões e afloramentos rochosos. Sua altitude máxima é de 210 m acima do nível do mar.
As fitofisionomias e flora atuais de ambas as ilhas são o resultado do tamanho reduzido, condição insular, declividade, geralmente muito acentuada, solos rasos e do histórico de ocupação, que envolveu o uso do fogo. Na IQP, houve o cultivo de mandioca (Manihot esculenta Crantz) e na IQG, a Marinha do Brasil construiu um farol em 1909, que foi operado por faroleiros que lá residiram até 1925. O farol foi posteriormente automatizado e agora requer apenas manutenção periódica. Desse modo, a vegetação das ilhas pode ser caracterizada como um mosaico de: Floresta Atlântica em estágio maduro de sucessão (só na IQG, apresentando baixíssimo número de espécies arbóreas e estrutura oligárquica e podendo ser considerada como um tipo de clímax insular), Floresta Atlântica nos estágios inicial e médio de sucessão, vegetação sobre afloramentos rochosos e vegetação antrópica com fisionomia herbáceo-arbustiva. Já a flora originou-se no complexo da Floresta Atlântica continental, seguindo o mesmo padrão de outras ilhas costeiras do Sudeste do Brasil. Registra-se também a ocorrência de espécies associadas a áreas antropizadas, fruto do histórico de ocupação das ilhas.
Na IQG, ocorrem duas espécies da fauna, endemismos pontuais, que estão categorizadas com criticamente em perigo (CR) em nível nacional e global: a jararaca-ilhoa [Bothrops insularis (Amaral, 1921)] e um sapinho (Scinax peixotoi Brasileiro, Haddad, Sawaya & Martins, 2007). Na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA no 148, de 07 de junho de 2022), S. peixotoi aparece como ‘criticamente em perigo (provavelmente extinta)’.},
  modificationdate = {2025-09-21T15:21:45},
  url = {https://catalogo-ucs-brasil.jbrj.gov.br/descr_areas.php?area=revisiqpeqg_fp},
}